Lino Resende [1]
Acho que desde que aprendemos a nos comunicar uma
questão é sempre posta: somos iguais ou somos diferentes como pessoas? Durante
muitos anos a resposta dizia que, sim, éramos diferentes, e não só pela cor da
pele, dos cabelos, dos olhos. Foi nesta diferença que se basearam todos os
argumentos raciais, traçando a superioridade de uma raça sobre a outra.
Nos tempos mais modernos, o argumento
racional foi perdendo força. Chegamos, então, à pesquisa de genes e, com ela,
veio a certeza que somos todos humanos, não importa se negros, brancos,
amarelos, mulatos ou pardos. Diziam-nos os cientistas que, do ponto de vista do
genoma, éramos pelo menos 99% iguais. E se chegamos tão próximo dos 100%, de
nada adianta falar em diferenças.
Mas será que é assim mesmo? Sim, dizem os
cientistas. Como um todo somos muito parecidos – não importando se somos
baixos, altos, magros, gordos, temos olhos azuis ou não. Geneticamente somos
formados do mesmo material e, na raça humana, ele é pelo menos 99% idêntico de
uma para outra pessoa, homem ou mulher.
O que os cientistas estão nos dizendo agora é
que, nesta semelhança, existe diversidade. E uma diversidade quase tão grande
como a que vemos ao caminhar na rua, olhar para as pessoas que estão próximas.
O que vemos são os mais diferentes tipos humanos. Assim é também com a
genética. Do seu ponto de vista também somos diferentes e esta variação é bem
acentuada. Como raça humana somos iguais, mas como pessoas, diferentes.
O que os cientistas estão buscando é o
mapeamento de homens e mulheres. Querem ver como se dá a troca genética entre
eles, a herança que deixam aos filhos e que tipo de virtude ou fraqueza passam
a seus descendentes. O que buscam, no final, é ter um mapa completo que lhes
possibilite medir a saúde das pessoas a partir dos seus genes. Vai chegar a
hora, diz J. Craig Venter, um dos mais conhecidos geneticistas do mundo, que as
pessoas poderão comparar seus genomas.
Do ponto de vista da saúde, é bom. Do ponto
de vista da individualidade, não sei. O que me parece é que, à medida que estes
estudos avançarem, vamos ficar mais e mais expostos. E nossa genética é que irá
determinar o que seremos, o que faremos. Estaremos, então e talvez, entrando na
era da programação genética, dos cruzamentos feitos no sentido de melhorar a
raça.
É o que hoje, sem um conhecimento extensivo,
se faz, por exemplo, com bois, cavalos e outros animais que têm linhagem e que
são fruto de inúmeros cruzamentos. Acho que, de certa forma, vamos chegar quase
ao Admirável Mundo Novo, como relatou Aldous Huxley.
Sou favorável ao avanço científico, mas
confesso que este tipo de informação – que possibilita o controle – me mete
medo.
1 comentários:
Casino Review 2021 | Honest Review by Casino Guru
Read our review 해외배당 of 안전사이트 Casino Guru, 파라오슬롯 its players complaints and other factors. 포커 하는 법 Find hit bet out why we find it questionable and whether it's safe to play.
Postar um comentário